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O regresso de Quíron aos 50 anos

Atualizado: 24 de abr. de 2024


Quíron é o curador ferido que vive dentro de nós e os ciclos de Quíron em trânsito marcam momentos importantes em nossas jornadas de cura.


Seus trânsitos com seu próprio posicionamento natal ou com outros planetas pode ser descrito pela palavra "Kairós", de origem grega, que se refere ao tempo oportuno, ao momento certo, à ocasião propícia.


Essa palavra é frequentemente usada para denotar um tempo qualitativo, um momento em que algo especial acontece, uma oportunidade única que deve ser aproveitada por marcar a intersecção das dimensões atemporais com o tempo do nosso relógio.


Kairós representa a experiência da abertura de portas para insights e novas possibilidades, mas o ego pode vivenciar este processo como um doloroso ataque. E a reação pode ser de bloqueio ou de defesa às experiências que Quíron chega para nos proporcionar.


Os trânsitos de Quíron


Os principais trânsitos de Quíron no mapa astral são ângulos formados pelo planeta em trânsito com ele mesmo ou com planetas pessoais, como o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus ou Marte. Estes momentos podem indicar períodos de autoconhecimento profundo, cura emocional ou transformação em áreas relacionadas ao planeta em questão. Por exemplo, uma conjunção com o Sol pode representar uma jornada de cura em relação à identidade pessoal e ao propósito de vida.


As oposições e quadraturas de Quíron com planetas pessoais também são significativas, pois geralmente trazem à tona questões não resolvidas e feridas emocionais que precisam ser enfrentadas e curadas. Esses trânsitos podem desencadear crises, momentos de confronto interno que exigem esforço e enfrentamento de questões dolorosas, mas também oferecem oportunidades para crescimento e transformação.


Já os trígonos e sextis de Quíron com planetas pessoais são aspectos mais harmoniosos que podem facilitar o processo de cura e transformação. Eles podem indicar oportunidades para integrar aspectos feridos da personalidade e encontrar soluções construtivas para desafios emocionais.


Há também trânsitos de Quíron com os ângulos (Ascendente, Meio do Céu, Descendente, Fundo do Céu), mas os mais potentes e raros são os trânsitos de Quíron sobre o Quíron natal, que podem ter um impacto profundo no desenvolvimento pessoal e na jornada de cura de uma pessoa, desencadeando processos de autoconhecimento, cura emocional e transformação.


Os trânsitos de Quíron quase sempre correspondem a importantes pontos de mutação, crises, acontecimentos ou experiências da vida que deixam profundas marcas e podem influenciar permanentemente o curso da sua vida.


Eles estimulam fortemente a jornada da individuação, podendo ou não se ajustarem às necessidades do ciclo de Saturno. Representam em um nível os estágios de crescimento do nosso self, preso ao ego e à assimilação do passado, ao passo que em outro nível, referem-se à integração desse processo em formas viáveis e ou coletivamente aprovadas.


O regresso de Quíron


O trânsito mais significativo é a conjunção de Quíron com Quíron natal, também conhecido como o Regresso de Quíron, que ocorre aos 50 anos.


Este é um momento de autodescoberta profunda, onde questões relacionadas às feridas emocionais, traumas do passado e padrões de comportamento repetitivos podem vir à tona de forma intensa.


Pode ser um período de confronto com as próprias vulnerabilidades e uma oportunidade para iniciar um processo de cura e integração dessas questões. As antigas feridas podem reabrir-se e buscar a sua cicatrização. E os assuntos que não foram concluídos no passado podem se fazer anunciar de modo inoportuno.


O espírito do ciclo Quíron-Quíron estimula o despertar, a reavaliação e a intensificação do nosso compromisso com a vida. Representa uma série de oportunidades a serem coadunadas internamente com a nossa natureza mais profunda, bem como talvez a percepção de como esse processo procura manifestar-se no mundo externo.


Os trânsitos de Quíron estão frequentemente associados a uma reconexão com a sexualidade e a vida dos sentidos, proporcionando uma oportunidade para reequilibrar as partes superior e inferior da nossa natureza e, assim, mitigar a visão unilateral que pode ter permeado a nossa vida ou que é própria da nossa personalidade.


O regresso de Quíron aos 50 anos nos obriga a formular a seguinte pergunta: o que vou fazer com a última parte da minha vida? Com frequência, assuntos pertinentes a facetas anteriores do ciclo Quíron-Quíron voltam à tona para serem reavaliados e integrados de uma nova maneira dentro da estrutura geral da vida. Podem ocorrer doenças e crises de depressão, bem como uma confrontação interna com o self.


Com frequência, esse período de regresso tem como propósito a integração de todo o ciclo, bem como uma recapitulação e reestruturação internas a fim de que sua essência possa ser transferida para a última parte da vida.


O lado negativo do regresso de Quíron


Se ainda não houve uma vivência pessoal de conexão com o luminoso, a negação e o medo da morte podem levar a uma experiência insidiosa, de vazio e falta de sentido. Entretanto, para muitas pessoas, o regresso de Quíron traz um sentido muito real de participação no processo da vida como um todo, exigindo que assumam um compromisso consciente com sua individuação e sua vida espiritual.


Se o ressentimento, a raiva, o sentimento de culpa em consequência da dor causada por situações dolorosas anteriores ainda não foram reconhecidos, e totalmente percebidos, poderão irromper, manifestando-se na forma de amargura, desespero e depressão.


Entretanto, há quase sempre uma forte motivação de renovação durante este período e podemos sentir que essa é a última chance. Esse processo de retrospectiva da vida quase sempre ocorre espontaneamente durante a última parte do ciclo de Quíron, com máxima intensidade, quando Quíron encontra-se a cerca de 6 graus ou menos da sua primeira conjunção exata com Quíron natal.


Preparação para o segundo retorno de Saturno


Durante esse período, podem-se observar numerosos fenômenos sincrônicos que estabelecem uma reconexão com o passado, surgem para despertar a memória, talvez solicitando que algo seja reconsiderado, percebido em sua totalidade, ponderado, entendido de uma nova maneira e, na verdade, trazido à consciência pela primeira vez.

As esperanças e os sonhos que não podem mais ser realizados em sua forma original precisam ser sacrificados, uma vez que a energia neles investida será necessária para outras áreas, a fim de que possa haver renovação.


O segundo regresso de Saturno, que ocorre em torno dos 56 anos de idade, segue de perto o retorno de Quíron, representando, assim, uma oportunidade para assentar o processo interno do regresso de Quíron numa nova forma e expressá-lo de modo concreto na vida. Todavia, se tivermos muitas experiências de vida que ainda não foram assimiladas nessa ocasião, ou muitas empreitadas inacabadas que não temos a capacidade ou vontade de enfrentar, o regresso de Saturno poderá ser rapidamente acompanhado de restrição psicológica, estreiteza e declínio físico.


Os trânsitos de Quíron podem também ser acompanhados de uma interrupção do desenvolvimento psicobiológico natural. Fecha-se a via direta de expressão e o processo passa para outro nível. Como o progresso é, então, alimentado por uma libido instintual ou energia vital bloqueada, o desenvolvimento pode tornar-se acelerado e intensificado.


Podemos reprimir os apelos espirituais do regresso de Quíron


Podemos também reprimir os apelos espirituais e transpessoais que ocorrem durante os trânsitos de Quíron.


No começo da vida, quando Quíron faz os primeiros aspectos em relação ao seu Quíron natal, pode haver uma ferida provocada pelo outro, uma agressão, um abuso no início da vida.


Nesse retorno de Quíron, tanto o ferimento quanto a cura podem ser produzidos por intermédio de outras pessoas durante os trânsitos de Quíron. Em termos psicológicos, parte do padrão arquetípico associado a Quíron é projetado em outra pessoa, que passa a atuar como agente de Quíron. Nessa segunda parte da vida, sempre acontece um encontro que pode promover essa cura.


Com frequência, os trânsitos de Quíron ativam fortemente o impulso de individuação, o que, por sua vez, estimula a realização de grandes mudanças no estilo de vida e na orientação pessoal. Eventualmente, podemos encontrar um renovado senso de identidade pessoal e ou percepção da nossa vocação, na medida em que estabelecemos uma reconexão com o propósito de nossa vida.


Com frequência, entramos em violento confronto com as oposições e conflitos existentes dentro de nós. A transformação da visão unilateral em polaridade reconciliada pode ser dramática ou sutil. Pode ser bem acolhida, mas também pode ser considerada ameaçadora se exigir o reconhecimento dos aspectos reprimidos, indesejáveis ou destrutivos da nossa sombra, ou se indicar a necessidade de mudanças positivas difíceis de aceitar.


Momento da iniciação xamânica


Durante os trânsitos de Quíron, pode ser oportuno lembrar o padrão arquetípico da iniciação xamânica, porquanto fornece um contexto mítico atinente ao que está ocorrendo em nossa vida, o que em si pode facilitar o aprofundamento da nossa experiência, permitindo o desenrolar do processo com a nossa participação consciente.


Mesmo as crises menores, quando vistas à luz dessa imagem, podem propiciar uma comunicação com o mestre interior, dando-nos a oportunidade de reequilibrar nossas vidas, esclarecer algum problema, renunciar a alguma situação e optar por uma perspectiva melhor.


Na medida em que somos capazes de tomar todas essas experiências a sério e facilitar a expansão do processo de isolamento, introversão e retorno, estaremos também abertos para receber a ajuda e orientação que estão à disposição de todos, bem como para sofrer uma transformação interna.



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Minibio

Daniela Buono dança desde menina e estuda astrologia, psicologia e filosofia de forma independente desde os 18 anos. Jornalista pela PUC-SP, atualmente cursa pós-graduação em psicologia analítica no IJEP-SP. 

Trabalha com comunicação digital e produção

de conteúdo há +25 anos.

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